Homem sem limites

terça-feira, 2 de março de 2010

Cinza

Hoje chegou o dia. O momento de entregar os vidros do cinzeiro, o fogo do isqueiro, o papel do maço de cigarros, entregar a tal nicotina para os outros. O sentimento é de petrificação, de pulmão inflado de ar e vazio de coragem. Vazio até certo ponto, se fosse tão vazio a primeira frase não faria sentido. Hoje começa o oposto da realidade que sempre vivi, o (in)verso do (in)verso que conheço, a resposta da minha pergunta, a rima do meu poema de vida.
Então, o dia chegou... Quero me entorpecer dele, viver dele, não quero deixa-lo ir, mas me dispeço e peço: vá! Quero migalhas, quero esse corpo queimado, quero esse cheiro de cinza, que pinta, que firma, que que vibra, que me pinça. Seu leito fede, minha casa fede, meu corpo fede e minha vida? Também fede? Tudo acaba amanhã, com a brisa da manhã, com a cinza do cinceiro, com a brisa da cinza, com a brisa da casa, com o cinza do dia.

3 comentários:

  1. Rê!!!

    Acabei de saber que vc parou de fumar!
    E entrei aqui para conferir!
    I-RA-DO!!!

    Força ai!
    Saudades
    Bjs

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  2. Renato

    Muito bom mesmo. Voce e um poeta...
    Fica firme que vale a pena
    Conte conosco
    M.Eunice

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  3. Muito especial todo o teu blog.
    Que maneira legal de lidar com a ansiedade desta forma tão criativa!
    Com tanta energia e criatividade, certamente vencerás esta batalha diária de livrar-se do cigarro.
    Torço por ti.
    Elaine

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